-
Arquitetos: Pardo Tapia Arquitectos, Salvador Mata
- Área: 50000 m²
- Ano: 2014
-
Fotografias:Jesus Granada
Descrição enviada pela equipe de projeto. A solução adotada começa na determinação da presença do edifício existente, marcado pela arquitetura hospitalar dos anos 1970: um grande complexo implantado com uma escala monolítica, inequivocamente identificado como um típico legado sanitarista da cidade. Apesar da sua imagem de "não agradável", o edifício concede uma personalidade arquitetônica que precisa ser valorizada.
Esta implantação também produz problemas de continuidade com a rede de ruas do entorno, assim como problemas de proximidade com outros edifícios históricos, como são os edifícios da Universidade.
Esta situação se repete na organização interna do edifício, marcada pela sucessão de pequenas reformas que não incluíam as intenções e visão global de um plano diretor necessário.
A solução adotada inclui uma reforma integral do edifício existente e a ampliação através da construção de uma série de edifícios de baixa de altura, colocados sobre os espaços disponíveis, a fim de organizar o plano funcional e compor um novo conjunto arquitetônico único, reabilitado e integrado com a cidade.
Segundo este critério, projetamos uma arquitetura fragmentada inserida na edificação existente por galerias de conexão linear e/ou paralela. Vários volumes de quatro pavimentos resolvem o trânsito da escala monolítica do edifício existente a uma escala mais urbana integrada no entorno da cidade. Os edifícios se articulam através da abertura dos pátios internos e aberturas de fachada, propondo lotes ou blocos de igual estrutura que permitem uma flexibilidade máxima tanto na atribuição e distribuição de áreas funcionais, como na lógica de crescimento, interligação, adição ou expansão.
A organização interna do hospital proposto se baseia nas inter-relações entre os diferentes serviços. A compatibilidade vertical é obtida através da sobreposição baseada nos núcleos de comunicação, que se estendem a partir da coordenada atribuída ao novo acesso de pedestres, e o suporte horizontal é estabelecido na base da relação de continuidade com o mesmo nível de sobreposição.
Três novas edificações ampliam o térreo do atual edifício com uma altura coerente com as edificações do entorno, reduzindo o impacto visual da mesma, amabilizando e adotando de uma nova qualidade a paisagem urbana da região. A esplanada de estacionamento existente na parte de trás do hospital torna-se uma grande praça elevada, para dar uma nova fachada a Rua Real de Burgos, atendendo as necessidades ligadas às várias entradas que exige um hospital.
A costura dos limites do terreno com o resto da cidade, problema não abordado na infraestrutura dos anos 70, se traduz agora na criação deste nova praça aberta, em um sistema de acordo com topografias geometrizadas que acolhem o novo acesso de pedestres e as vias de acesso rápidas para o novo complexo de saúde.